segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

a hora e a vez do futebol olímpico

Quem desembarca no litoral, após duas horas de asfalto quente a 100 por hora, espera encontrar um final de semana ensolarado e um revigorante banho de mar nos intervalos entre uma e outra long neck estupidamente gelada. Mas quando as nuvens acinzentam o céu e a chuva cai incessantemente, a única solução é resignar-se e aproveitar a cerveja e o churrasco sem sair de casa. Às vezes, o isolamento dos recursos tecnológicos sem os quais a gente não vive mais é extremamente necessário. Sem internet e sem tevê a cabo, é quase impossível manter-se informado, mas, e daí?

E depois de tanto comer e dormir, lembrei de assistir ao jogo da seleção sub-20, num tubo de 14 polegadas, cuja imagem minimamente aceitável fora conquistada após muitas tentativas e 2 nacos de bombril. O Brasil de Ney Franco precisava da vitória para sagrar-se campeão do torneio sulamericano da categoria. O objetivo principal era conseguir vaga para os Jogos Olímpicos de 2012, algo que o adversário, o Uruguai, conquistara na penúltima rodada, após despachar a Argentina (atual campeã olímpica). Restava, portanto, uma vaga. Mas um troféu continental é sempre bem-vindo, e foi atrás desta glória que os jovens jogadores brasileiros correram.

Com superioridade acachapante, o escore de 6 a zero foi sendo construído a partir de jogadas individuais de Lucas, o camisa 10 brasileiro, que passava por seus marcadores com facilidade em arrancadas fatais. Ao astro do time, Neymar, coube a coadjuvância, e ainda assim, o santista assinalou 2 gols, terminando o torneio na artilharia isolada.

Apesar de não ter acompanhado atentamente o sulamericano sub-20 (exceto o jogo final, que recebeu toda atenção possível), o pouco que vi me deixou otimista em relação ao futuro do futebol brasileiro. Se Neymar ainda não tem a cabeça completamente no lugar, não custa acreditar que isto ocorrerá com o passar dos anos, assim que se der conta da responsabilidade que está prestes a cair sobre seus ombros. Sem dúvida, ele será uma das referências técnicas de sua geração, assim como Lucas, do São Paulo, e seu parceiro Paulo Henrique Ganso. Estará definitivamente pronto quando perceber que seu talento vai além de cavar faltas, reclamar com os juízes e provocar adversários. Basta colocar a bola no chão e fazer o que sabe: gols e dribles.


cortesia: fifa.com

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