terça-feira, 9 de novembro de 2010

dilema: o clube de futebol deve apostar em parceiros econômicos?

Para muitos torcedores, seria um boa notícia ouvir que seu clube está prestes a firmar parceria, seja com uma empresa ou com algum empresário ligado ao futebol. Nas entrelinhas, o torcedor lê o que quer: craques chegarão e, consequentemente, grandes títulos. O ônus fica com o parceiro. Para o clube, restaria apenas abrir mão do lucro numa futura negociação com os europeus, na qual toda bolada em Euros iria para o parceiro. Simples.

O papel do clube neste cenário, é o de promover a valorização do jogador escalando-o como titular, permitindo a eventuais interessados observarem o “produto” que é exposto nas prateleiras.  O futebol é o meio; o fim é a negociação internacional.

Há prós e contras.

Analisando o que concerne ao clube de futebol (pois na saúde financeira dos empresários milionários do futebol não estamos interessados), encontramos fatores positivos que vão além da satisfação que o torcedor tem em ver um craque vestindo a jaqueta de seu time do coração:

1. Uma equipe recheada de astros atrai mais torcida aos estádio, gerando receita, além da vibração contagiante que um estádio cheio proporciona.
2. A venda de camisetas tende a aumentar, face ao apelo óbvio de um jogador caro e famoso.
3. Ao passo em que os fatores 1 e 2 sejam verificados, a atração a novos patrocinadores fica evidente.

Mas há o lado negativo, mais relacionado ao aspecto esportivo do futebol, que deixou de ser predominante há décadas:

1. A chegada de jogadores caros e renomados inibe a ascensão de promessas advindas da base. Os jovens e ainda desconhecidos deverão esperar muito mais tempo para receber oportunidades na equipe titular.
2. Em se confirmado o 1º fator, o clube sofrerá inevitavelmente um prejuízo na venda deste jogador para os europeus, que estão sempre dispostos a investir em novatos promissores.
3. O treinador se vê obrigado a escalar o jogador que pertence ao parceiro do clube, mesmo que seu desempenho não seja o esperado. Prejuízo técnico.

Não há, portanto, uma resposta objetiva ao dilema sugerido no título do post. Se um clube estiver atolado em dívidas, vale mais a pena aderir à parceria, mas se a situação financeira for estável, é mais inteligente dedicar-se à formação de novos jogadores, estruturando-se para tal; o retorno virá, mais cedo ou mais tarde.

Um comentário:

Kell Benet disse...

A exemplo do Corinthians, que fez uma parceria "milionária" das arábias, e só ficou com dívida depois.
No futebol inglês, agora é obrigado a ter 7 ou 8 jogadores de base no time principal, achei uma ótima idéia. Deveria ser regra da FIFA!

Related Posts with Thumbnails