terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Declinio dos Clubes Artificiais

Houve um momento, há alguns anos, em que parecia que o futuro do futebol brasileiro estava nos clubes de empresários e prefeituras. O primeiro grande sucesso foi do São Caetano, vice-campeão brasileiro em 2000 e 2001, vice da Libertadores em 2002 e campeão paulista de 2004. Em 2002 o desconhecido Brasiliense surpreendeu o país chegando na final da Copa do Brasil contra o Corinthians.
Logo depois esse tipo de clube se multiplicou. Primeiro em São Paulo, depois no Rio de Janeiro, com alguns casos em outros estados. Vários foram bem sucedidos, como o Ipatinga, campeão mineiro de 2005, e o Guarantinguetá, melhor campanha da fase de classificação no paulista de 2008.
Houve quem visse aí o futuro do futebol brasileiro, com a gestão eficiente e racional de recursos substituindo a paixão dos clubes tradicionais. Muitos acharam deprimente esse processo, em que clubes sem raízes nem torcida tomavam o espaço dos tradicionais clubes interioranos.
Mas no momento atual, o cenário parece mudar. Os dois clubes comandados por empresários que ainda sobrevivem na primeira divisão (Atlético-GO e Gremio Prudente) são sérios candidatos ao rebaixamento. Na série B Santo André, Brasiliense e Ipatinga parecem condenados a rumarem para a Série C, enquanto Duque de Caxias, São Caetano e Guaratinguetá parecem não ter força para conquistar o acesso.
A se manter o quadro atual, o brasileirão de 2011 será o primeiro do século XXI sem esse tipo de clubes. Se isso será apenas retrato de um momento ou uma nova tendência, é algo que só cabe esperar para ver.

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