quinta-feira, 14 de outubro de 2010

FIFA complica a vida do Beira-Rio

O palco de Sir Paul McCartney em Porto Alegre no aguardado dia 07 de novembro, quando a beatlemania tomará conta da capital gaúcha, será montado no estádio Beira-Rio, um dos cartões postais da cidade. Situado às margens do Rio Guaíba, o estádio foi inaugurado em 69, pouco antes de os Beatles anunciarem sua separação.
Escolhido para sediar jogos da Copa de 2014, o Beira-Rio aparentava ser o estádio brasileiro mais “pronto” para atender às exigências da FIFA, mas as notícias recentes dão conta de que os planos podem tomar um rumo diferente.

Inicialmente, o dono do estádio, o Sport Club Internacional, projetava obras de melhorias para aproximar-se do padrão europeu, com arquibancadas mais próximas do campo, cobertura total (atualmente, o anel superior é parcialmente coberto), estacionamento ampliado... enfim, reformas para tornar o Beira-Rio ainda mais preparado para receber um evento das dimensões de uma Copa do Mundo. Orçou tudo em cerca de R$ 150 milhões, dinheiro que sairia de seus cofres a partir da venda de imóveis e, principalmente, das futuras suítes, que custarão R$ 1 milhão cada e permitirão a seus proprietários visão privilegiada do campo em acomodações mega-luxuosas. Assim, a arrecadação proveniente do futebol, como vendas de jogadores, patrocínio, direitos de transmissão de jogos, etc., não seria comprometida.

Mas a FIFA vetou quase tudo. Segundo este site, o orçamento não foi aprovado, exigem-se garantias bancárias que não aparecem no projeto original e, ainda por cima, nem a manutenção do gramado foi aceita. Fala-se que o valor estimado para a realização das obras estaria abaixo da realidade – ultrapassaria os R$ 200 milhões. A FIFA também quer que o Inter providencie uma parceria para garantir a conclusão das obras, tudo o que o clube tentava evitar desde o início. O rebaixamento do gramado, que seria uma sugestão e não uma exigência, esbarraria no obstáculo geográfico: por ter sido construído sobre um aterro, o solo arenoso sobre o qual se localiza o Beira-Rio não permitiria investida tão “profunda”.

Num país que investirá bilhões em estádios públicos, cujo aproveitamento futuro é questionável, imputar aos clubes despesas tão altas parece crueldade.

Existe a possibilidade de mudança no local dos jogos da Copa em Porto Alegre. O novo estádio do Grêmio, a Arena que, diz a diretoria do rival, será construída em tempo hábil para o mundial e atende a todas exigências estruturais e financeiras da FIFA, surge mais forte do que nunca – a não ser pelo fato de que ainda não saiu das maquetes. Um novo GRENAL será realizado, desta vez, fora das quatro linhas. O confronto agora, é para definir qual dos clubes porto-alegrenses conquistará a confiança da FIFA até 2014. Enquanto isso, poderemos cantar com Paul, num dia que entrará para a história da cidade.

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