sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Vai Começar!

Começa no próximo fim de semana o meu campeonato nacional favorito: a Premier League inglesa. A Liga Italiana me parece relativamente decadente, a espanhola demasiado concentrada em Real Madri e Barcelona (este ano tudo sugere que será ainda pior) e a alemã, que tem a vantagem de ser a mais equilibrada das grandes ligas, peca exatamente por não ter aqueles grandes times que todo mundo para para assistir.
Na verdade há aí um paradoxo. Queremos ver grandes times disputando um campeonato equilibrado. Mas como não se pode ter muitos grandes times ao mesmo tempo, ao menos uma das duas coisas terá de ser sacrificada. A alemã abre mão (é a liga mais fiscalizada pelo Estado das grandes européias) de ter supertimes cheios de craques enquanto esbanja equilibrio. A espanhola adota o caminho oposto, ostentando dois times lotados de grandes estrelas que atropelam com a maior facilidade todos os adversários.
A inglesa me agrada por esse equilibrio entre os modelos alemão e espanhol. Há quatro times que se destacam, cheios de bons jogadores que todo mundo gosta de ver. Há alguns times intermediários, que tem o direito de postular uma candidatura ao menos a beliscar uma vaga na Champions League (Tottenham - que conseguiu esse objetivo na temporada passada - Aston Villa, Manchester City, talvez o Everton), e pequenos que ao menos em casa conseguem tornar a vida dos grandes muito dificil. Junte-se a isso as espetaculares transmissões da TV inglesa, os charmosos estádios e as entusiasmadas platéias que lotam estádios em quase todos os jogos, e se tem um torneio muitíssimo atrativo.
Nesta temporada o mercado europeu foi muito fraco devido a crise, e isso afetou também os grandes ingleses, que contrataram muito menos do que o normal. Preferiram, além disso, gastar pouco com apostas (Chicharito Hernandez, Bebê, Wilshere, Chamakh, Ramires) do que com grandes nomes. A grande exceção é o Manchester City, cujo patrono resolvou abrir a carteira. Robinho voltou, David Silva, Kolarov e Yaya Touré chegaram, e Milner e Balotelli estão quase certos. Já possuem Kolo Touré, Given, Barry, Tevez, Wright-Phillips, Adebayor e Lescott. Com Roberto Mancini de técnico, podem conseguir se acertar a tempo de brigar no alto da tabela.
Grandes clubes que estão entre os melhores do mundo; alguns bons clubes capazes de incomodar os grandes; pequenos que no mínimo podem ostentar um ou outro bom jogador e eventualmente endurecer os jogos contra os grandes; e um outsider novo rico cheio de dinheiro que pode surpreender ou fracassar. Todos os ingredientes para um ótimo campeonato estão aí.
Mas se voce prefere continuar sem assistir, ferrenhamente apegado ao conceito envelhecido de que futebol inglês é só chutão e jogo aéreo, tudo bem. A escolha é sua.

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