quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ENTREVISTA: Eduardo Cecconi

Eduardo Cecconi, redator do site clicEsportes, é uma das boas notícias do jornalismo esportivo brasileiro. Com olho clínico para a análise tática, publica seus artigos no blog Preleção.

Gentilmente, ele concedeu esta entrevista para o Futebol Coletivo, abordando aspectos táticos no futebol moderno e a expectativa com o trabalho de Mano Menezes.

Futebol Coletivo: Todos dizem que as copas de 74 e 82, entre outras, influenciaram o que aconteceu depois, no futebol. Nesse sentido, a copa da África deixa algum legado ou inovação tática?
Eduardo Cecconi: O legado da Copa de 2010 é a valorização do planejamento tático sobre qualquer outro aspecto. O futebol começou como um esporte, embora coletivo, destinado ao virtuosismo técnico dos jogadores; depois passou pela revolução da preparação física, priorizando demais a força, o fôlego, a velocidade; e agora torna-se, enfim, um esporte eminentemente tático.

Futebol Coletivo: Atualmente, as equipes de ponta não se prendem apenas a um esquema tático. Qual esquema apresenta maior flexibilidade durante uma partida, permitindo oscilações sem que seja necessário substituir jogadores?
Eduardo Cecconi: Não existe sistema tático ideal. Existe sim o sistema e a estratégia mais apropriados ao elenco disponível. Tendo jogadores capazes de cumprir mais de uma tática individual, qualquer sistema pode apresentar variações durante uma partida.

Futebol Coletivo: Quais as opções tática de Mano Menezes considerando as características dos convocados e, acima de tudo, seu histórico à frente de Grêmio e Corínthians?
Eduardo Cecconi: Mano Menezes confirma nas entrevistas aquilo que seu histórico nos clubes comprova: a predileção pelo 4-2-3-1. A convocação é toda voltada para explorar as melhores características deste sistema. Mano gosta e vai dar prioridade a meias-extremos velozes, ágeis e dribladores, a meias centrais de organização clássica, e a volantes com capacidade para o apoio.

Futebol Coletivo: As conquistas do futebol brasileiro sempre dependeram de grandes craques, como Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo...
Hoje em dia, esta ainda é nossa principal opção?

Eduardo Cecconi: Todos os craques citados foram protagonistas em grandes equipes. Sem um bom time, com organização tática, equilíbrio entre marcação e transição ofensiva, e companheiros de talento, não há craque virtuoso que se afirme. A Copa de 70 não foi a Copa de Pelé, mas a de Pelé, Rivelino, Tostão, Gérson, Jairzinho...em 94 além de Romário tivemos Bebeto, Dunga, Mauro Silva, Branco...em 2002 Rivaldo brilhou ao lado de Ronaldo. O Brasil depende de bons times, porque os craques estão sempre à disposição, mas dependem da organização coletiva.


Para quem quiser adicioná-lo no twitter: http://twitter.com/eduardocecconi

Um comentário:

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom

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