segunda-feira, 14 de junho de 2010

Está quase na hora

Criticado por toda imprensa brasileira por conta do treino fechado de ontem, o técnico Dunga aposta no isolamento de seus convocados para reforçar a concentração dos boleiros para a estreia na Copa. Em nome da preservação do ambiente competitivo, até o interesse dos patrocinadores foi deixado de lado. Quem paga para ter sua marca estampada nos uniformes brasileiros, perde visibilidade, quem envia centenas de jornalistas para dar cobertura e mostrar tudo o que acontece nos treinos da Seleção fica sem som e sem imagem.

A culpa está na cobertura pérfida que foi dada ao suposto desentendimento entre Daniel Alves e Júlio Baptista, amplamente divulgado pela mídia. O tom dos repórteres foi o pior possível. Falou-se em princípio de confusão, quando a única coisa que se pode perceber, é que o clima de já ganhou de 2006 está sepultado, tendo sido trocado pela vontade de vencer, pela certeza de que um jogo é coisa séria e um instante de indecisão poderá comprometer a campanha.

Na Copa da Alemanha, os treinos eram festas. Ronaldinhos e Adrianos apareciam com olheiras, exauridos antes mesmo da bola rolar. Não existia a fome de bola. Os jogadores cantavam seus pagodes mais do que ensaiavam jogadas. De quanto seriam as goleadas? Quem faria mais gols? Quem daria mais dribles desconcertantes?

A competitividade é o que pode nos levar a vitórias. Transmite mais confiança um começo assim. Chuteiras coloridas, camisetas grudadas no corpo, golas levantadas, dancinhas... isto não é futebol. É pegadinha de mau gosto em programa de domingo à tarde, na tevê.

Ok, o time não é dos melhores. Nossos volantes são fracos, não temos lateral esquerdo nem um bom reserva para Kaká. Há jogadores que não agregam nada, como Gilberto e Kléberson. Mas podemos ter certeza que o time suará sangue, que entrará para vencer. Se perder, teremos que nos lembrar que futebol é um jogo, e a Copa do Mundo tem 31 seleções que sairão sem o caneco.

E daí se os patrocinadores estão furiosos? E daí se a Rede Globo não sabe onde enfiar seus trocentos profissionais? O que interessa a nós, torcedores, é que o time honre a camisa que veste. É saber que não perderemos para nossa própria arrogância, e sempre olharemos para os adversários com respeito.

E claro que a gente vai dar aquela corneteada se o time for mal, afinal, quem gosta de futebol precisa ter uma veia corneteira.

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