quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sul-Americana, o caminho mais curto?

Há 20 anos a confederação sul-americana tenta emplacar um segundo torneio continental, alternativo à Libertadores, nos moldes da antiga Copa da UEFA, atual Liga Europa. A idéia não é ruim. Países como Brasil e Argentina possuem bons clubes que não alcançam o principal torneio sul-americano. Reunidos a um ou outro time decente dos países medianos do continente, haveria potencial para um torneio de apelo ao público.
Mas as coisas nunca correram bem. As várias tentativas nesse sentido (Conmebol, Mercosul, Copa dos Campeões) nunca fizeram sucesso, e a Sul-Americana ia pelo mesmo caminho. As razões são variadas, todas elas ligadas à falta de um planejamento decente, evidenciando o caráter de caça-níqueis desses torneios.
A sul-americana tem clubes demais, fases iniciais absolutamente deprimentes em que clubes jogam contra outros do mesmo país, o calendário é diferente do da Libertadores e, cume da avacalhação, chega-se ao ponto de a Argentina mandar os mesmos clubes para os dois torneios (neste ano é o caso de Estudiantes, Banfield e Newell's Old Boys).
Agora vem a nova tentativa da confederação: dar ao campeão da sul-americana uma vaga na Libertadores-2011. A idéia é tornar o torneio mais atrativo para seus participantes. Talvez ajude. Mas o melhor seria que fosse melhor organizado, sem absurdos como os citados acima.
A começar pelo fato de essa decisão ter sido tomada em pleno andamento da competição. Clubes fortes já foram eliminados por não terem priorizado a competição (Estudiantes, por exemplo), mostrando como essa decisão veio em momento inoportuno. Além do mais, sequer se decidiu de onde essa vaga vai sair.
O resultado é que essa vaga será disputada por clubes de segunda categoria. 3 dos 4 brasileiros envolvidos disputam o rebaixamento. O Independiente está nas últimas posições do campeonato argentino. Palmeiras e Newell's ocupam colocações intermediárias em seus campeonatos.
De fato essa decisão pode até mudar a história do torneio. Mas no momento absurdo em que foi tomava, foi apenas mais uma prova de que a sul-americana não consegue gerir decentemente seu produto.

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