quinta-feira, 29 de julho de 2010

a abertura da Copa 2014

O veto ao Morumbi para sediar jogos da copa de 2014 foi premeditado. Além de não ser resultante de uma análise criteriosa, paira uma constante impressão de que tal expediente tem a simpatia de Ricardo Teixeira, cujo tom irônico ao tratar do assunto vem incomodando a todos.

Especulemos.

Por que Teixeira quer vetar o estádio do São Paulo Futebol Clube? A mídia aborda sistematicamente o conflito entre o presidente da CBF e o presidente do tricolor, mas a ideia deste post é lançar novas especulações, ainda que despretensiosas.

Recentemente, Teixeira se encontrou com o governador do estado de SP, Alberto Goldman e com o prefeito da capital, Gilberto Kassab. Ouviu o que já se imaginava, ou seja, que dinheiro público não seria usado para a construção se um novo estádio, muito menos com os requintes exigidos pela FIFA para a cerimônia de abertura da copa.

Após o encontro, Teixeira declarou: “Tivemos uma excelente conversa e saímos imbuídos de que vamos fazer o máximo para que a abertura da Copa do Mundo de 2014 seja em São Paulo. Não se falou em estádio nesse encontro. Falamos genericamente do que a cidade tem de fazer para receber o jogo inaugural. Agora vamos buscar uma solução” (fonte: http://br.sambafoot.com).

A solução para que a maior metrópole do país não fique de fora do mundial seria a reforma do Pacaembu e a Arena do Palmeiras. Entretanto, nenhuma das duas obras poderá resultar num complexo com as dimensões necessárias para recepcionar o mundo no evento inaugural da copa. Ambos os projetos são bons e podem estabelecer São Paulo como uma das 12 cidades-sede da copa. Nesse caso, adeus, abertura.

A favor da capital paulista, há o apoio do presidente Lula, que tem sido citado como um ponto relevante nas tratativas. Mas Ricardo Teixeira pensa mais à frente, e até lá, a palavra de Lula já não terá tanto peso. Dentre as preocupações e projetos de Teixeira, o esporte não é uma prioridade. Considerando a influência de seu padrinho político, João Havelange, ele almeja o Santo Graal da cartolagem: a presidência da FIFA. Não esconde. A copa de 2014 lançará sua candidatura, caso seja bem administrada e ganhe destaque no mundo da bola.

Trata-se de um posto ao qual não se chega apenas pelo “talento” na arte de gerir. A meritocracia não é o regime preferencial. Faz-se necessário um apoio vultuoso, afinal, o presidente da FIFA adquire status de estadista. E para realizar seu sonho, Ricardo Teixeira precisa de gente graúda a seu lado. Por exemplo, o pessoal do Congresso. Que tal o apoio do Poder Legislativo brasileiro em troca de alguns favores? Somado aos parceiros de Havelange, que ajudou decisivamente na eleição de Joseph Blatter, esta seria a base da campanha do atual gestor da CBF.

Eis que surge o Mané Garrincha, elefante branco de Brasília com um mega-investimento do poder público, que passará a abrigar 70 mil
fonte: www.copa2014.org.br
espectadores e contará com acomodações luxuosas – tudo o que a FIFA gosta. Pra quê despejar fortunas num estádio de futebol em uma cidade de pouca tradição esportiva? Depois dos 3 ou 4 jogos da copa, o Mané Garrincha receberia, com a opulência dos grandes estádio europeus, o campeonato do DF, ou a série B do brasileirão. Os mais de R$ 600 milhões que sairão do nosso bolso, demandam um algo a mais.

Este blogueiro joga suas fichas no Mané Garrincha como sede do jogo inaugural da copa em 2014. Caberá a São Paulo uma fatia do bolo igual a de Manaus, Porto Alegre, Belo Horizonte... O pedaço com recheio mais generoso, será de Brasília e do Rio de Janeiro. E Ricardo Teixeira chegará com força na eleição presidencial da FIFA, pronto para realizar-se profissionalmente e encerrar sua longa e tenebrosa carreira.

É bom lembrar que este texto não tem caráter jornalístico ou investigatório. Trata-se da salutar, pura e simples ESPECULAÇÃO.

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