terça-feira, 18 de maio de 2010

Dunga, o coerente

A coerência em excesso de Dunga é uma proteção ao inevitável descontemento popular diante de sua convocação para a Copa. O discurso que prega coerência, comprometimento, patriotismo, disfarça sua insegurança e despreparo para o posto que ocupa: é preciso reafirmar insistentemente ao público tais aspectos, considerados por ele mais importantes que os esportivos e técnicos.

Aparentemente, nosso técnico está mais preocupado em manter sua amizade com Júlio Baptista, Elano, Josué, Kléberson, seus fiéis escudeiros nos últimos 4 anos, do que levar ao mundial talentos que podem desequilibrar um jogo, mas que não desfrutam de sua simpatia, como Ganso e Ronaldinho Gaúcho.

Como todos confiam em Kaká, titular absoluto do meio-campo, a preocupação é unânime: se ele não puder jogar uma partida, quem entrará em seu lugar? Qualquer que seja a resposta, certamente teremos comprometedora queda no nível técnico.

Quando convoca o reserva da Roma, Doni, e relata imensurável gratidão ao guarda-valas, despreza a ausência de ritmo de jogo do mesmo, o que fatalmente prejudica todo boleiro que não tenha o hábito de praticar o esporte bretão. Doni não pratica há meses.

Dunga conseguiu transformar uma simples convocação num problema nacional, e deixa seus compatriotas mais céticos do que deveriam para a Copa da África.

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